ESPECIAL DE NATAL 2018

Mensagem de Feliz Natal do Conselho Nacional da OFS

Campo Grande, 23 de Dezembro de 2018.

“Que o Universo rejubile e dê gritos de alegria, pois o Senhor há de chegar!”

Irmãos e Irmãs, Paz e Bem!

Deus nos dá a graça de, mais um ano, celebrar a Solenidade do Natal do Senhor. Um dos mistérios mais estimados pelo nosso Pai São Francisco, que muitas vezes se comovia com a profundidade do modo em que nascera o filho de Deus, com a pobreza e apuros em que se encontravam o menino e sua Santa Mãe.

Ao celebrarmos o Natal do Senhor, comemoramos, sem dúvida, o renascer da esperança. Assim diz o profeta Isaías: “Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados. Dizei às pessoas deprimidas: Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a recompensa de Deus; é Ele que vem para nos salvar” (Is 35, 3-4).

No dia a dia, sentimos como as preocupações tomam conta de nós e, muitas vezes, na afobação, esquecemo-nos de viver. Muitos se encontram presos no ano velho, velhos problemas, sem perspectiva. Todavia, a expectativa que temos é luminosa. Uma luz brilhou nas trevas!

O mistério que celebramos nos traz muitos ensinamentos, entre eles o de sermos humanos – a Palavra de Deus se fez carne! (Jo 1, 14). Assim como na noite de Belém, no mundo contemporâneo encontramos desprezo, não há acolhida para os pobres e fragilizados, constantemente nos deparamos com situações de desumanização, sejam por estruturas humanas, psicológicas e/ou espirituais fragilizadas. Francisco de Assis nos aponta para o Presépio, para o Divino que se tornou humano.

Em meio à sociedade de consumo, o Natal nos revela Deus que se faz pequeno, que escolhe para si a sobriedade e a minoridade, e nos recorda que a felicidade não está no possuir o no expandir-se, mas no despojamento do doar-se inteiramente aos irmãos. Natal faz renascer a esperança cristã!

Os magos, ao encontrar o menino, oferecem a ele presentes materiais, mas receberam Dele e de seus pais adornos que enriquecem a alma: a Santa Humildade, Simplicidade e a Perfeita Alegria. Presentes estes tão necessários a toda a humanidade e à nossa fraternidade secular.

Desejo neste Natal que, ao contemplarmos os presépios montados nas igrejas ou em nossas casas, como Francisco de Assis, possamos ter nossos corações também adornados com estes santos tesouros da humildade em que nasceu Jesus, a simplicidade da sua vida e a alegria da salvação que Ele nos trouxe.

No presépio contemplamos não um Deus acima de todos, mas sim um Deus que se rebaixou, que se fez menor (Fl 2, 6). Nunca a Solenidade do Natal do Senhor foi tão necessária à humanidade como lugar de aprendizado, de cura e de integração do humano. Que seja para nós um momento de graça, de vivência dos valores que o Menino Deus nos traz. Aproveitemos os momentos formativos em nossas fraternidades para meditar tão precioso dom, na vida dos irmãos, como em toda a Criação.

No Menino Deus desvenda-se a juventude da alma e nos jovens encontramos a alegria. Abramos o nosso coração para partilhar da alegria dos Jovens, principalmente dos nossos irmãos e irmãs da JUFRA, alegria esta, tão semelhante à que nos traz o menino Deus. Acima de tudo, espelhemos naquele que se fez irmão de toda criatura.

Do Presépio herdamos a espiritualidade da fraternidade. Esta nos torna irmãos e irmãs de todas as gentes, credos, raças, culturas. Que o Universo rejubile e dê gritos de alegria: Pois o Senhor há de chegar e Ele já está às portas.

Desejo a todos e a todas um lindo e santo Natal do Senhor!

Maria José Coelho
Ministra Nacional da OFS

Mensagem de Natal de Bernadete L. F. Pereira -Coordenadora de Formação

NATAL: EIS QUE VEM AQUELE QUE É!

Foi pela fé que Maria disse sim ao anjo aceitando a vontade do Pai para ser a mãe do Salvador.
Pela fé Maria dirigiu-se à casa de Isabel e pela fé sua prima saudou-a e sentiu a criança estremecer de alegria em seu ventre.
Pela fé os magos seguiram a estrela até encontrar o Menino.
Pela fé os pastores ouviram o canto alegre dos anjos diante da sagrada família.
Pela fé José tomou sua esposa e filho e deles cuidou.
Pela fé Maria meditava tudo em seu coração.
Pela fé muitos foram tocados pelo Filho de Deus.
Pela fé Francisco de Assis embalou o Menino em seus braços e sentiu doçura ao pronunciar “Belém”. Pela fé o povo acorreu para vivenciar a experiência de Deus que veio ao mundo tornar-se um de nós, na simplicidade, na pobreza de um estábulo.
Pela fé muitos ao longo da história têm reproduzido esta cena real daquele Rei que se fez o menor de todos e em sua grandeza fez-se pequeno para que O pudéssemos perceber.
Pela fé muitos têm caminhado rumo a mais uma celebração do Natal do Senhor.
Alegria no coração! Mansidão na alma! Brilho no olhar! Esperança na vida!
Renascem os sonhos, os anseios de que o Divino não tenha se tornado humano em vão.
Que a humanidade deseje conhecer e adorar o Divino. E conhecendo-O, adore-O e O queira seguir, amar e imitar.
Que neste Natal brotem as mais vivas experiências da bondade, da solidariedade, do amor, da fé e da esperança de uma vida plena para todos, desde aqui, desde agora.
Que sejamos repletos do desejo de abraçar o Amor infinito que está no meio de nós.
Que queiramos olhar para o outro com os olhos do espírito e ver nele o que há de melhor.
Que a essência seja a nossa meta!
Que sejamos verdadeiramente alegres porque Deus acredita em nós. Deus se dá a nós e grandemente se desmancha, se doa, preenche-nos no mais íntimo de nós.
Que busquemos reconciliação, doação, respeito e justiça para que a paz reine em cada coração.
Jesus se faça real em nossos corações e em nossas atitudes!
Santo Natal de felicidade na sobriedade.
Toda Paz e todo Bem!

Feliz Presépio

Centro Franciscano de Espiritualidade- Piracicaba – 1995
Frei José Carlos Corrêa Pedroso, OFM Cap.

 

Neste ano em vez de lhes desejar Feliz Natal! Estou lhe desejando Feliz Presépio!
Estou desejando que você mesmo faça o seu Natal, fazendo o presépio.
Você pode até arranjar um recanto bonito em sua casa pra montar um presépio de verdade, mas eu estou falando é de um presépio que você pode montar dentro de você, só de sonhar.
Estou falando de um sonho de acordado quando a gente pode imaginar tudo eu seria bom que houvesse em nosso mundo.
Mas não estou pedindo que você sonhe para esquecer que a realidade é dura: eu o estou animando a sonhar com a realidade que é possível construir com o seu coração e com as suas mãos.
Você sempre sonhou. Todo mundo que vive sempre sonha… É assim que a gente vai caminhando perseguindo sonho. O meu é para você aproveitar o Natal e sonhar concreto para ter uma visão de conjunto e avaliar a vida eu está vivendo… para retomá-la com vigor.
Ponha o riozinho aí no presépio. Faça-o brotar lá naquelas montanhas e ir abrindo caminho até o vale… lá para adiante ele vai chegar ao mar. Sonhe esse rio representando a sua vida até ela se perder no infinito.
Vai ficar bonito você colocar uma pontezinha em cima do rio. Vai mostrar que você não se deixa vencer pela torrente e pode dominar os obstáculos.
Em cima da ponte, pode ir uma pastora pequenina para ficar olhando os patinhos, peixinhos e as dobrinhas da água que vai marulhando e dobrando os caniços da margem…
Quanta coisa tem lá dentro de você!
O presépio é como um jardim: tem montanhas, rios, árvores, pastagens… é até mais do que um jardim, porque tem tantas figurinhas humanas. e de toda natureza.
É importante a gente cultivar, lá dentro da gente, essa presença da natureza: nós vivemos em um mundo maravilhoso de Deus onde são nossos irmãos todos os seres.
Até nós percebemos que somos parte desse conjunto, somos alguns desses seres.
Durante milênios, fomos mais ou menos como todos eles. Só bem devagar fomos capazes de chegar à plenitude doo humano que atingimos hoje: e que ainda pode mais.
Nossa consciência de humanos foi crescendo devagarinho: começamos a perceber que existíamos que havia muita vida ao nosso redor. Tanta coisa acontecendo. Não sabíamos por quê.
Mas nós as vivíamos. Alegrando-nos ou sofrendo. Imaginemos que consciência uma flor tem do mundo em que ela vive.
Que consciência te, por exemplo, um cachorro?
Reconhece os semelhantes. Sabe que os gatos são pra correr atrás, gosta de carne, e de ossos. Festeja os amigos, tenta morder os que acha que o ameaçam. Mas não sabe nem de ontem nem de amanhã. Nem distingue o mundo ao seu redor do mundo que está dentro dele.
Houve uma época em que começamos a conseguir explicar o nosso mundo. E começamos a contar historinhas em que as coisas que acontecem foram virando gente como nós. Pelo menos a gente ficou sabendo o que seria bom fazer. Eram historinhas interessantes. Todo mundo gostou delas, passou adiante, melhorou um pouco. São os mitos.
As historinhas não precisavam contar tudo. Fomos ficando objetivos no reconhecimento de onde começa e onde acaba cada coisa, cada ser. Fomos criando a noção de espaço, depois a de tempo.
Quando conseguimos situar uma coisa ou um ser no espaço e no tempo, nós o definimos. O que está definido está perfeitamente distinguido de nós mesmos. E pode ser por nós possuído.
Quanto mais coisas nós possuímos, mais nos tornamos poderosos e podemos nos impor e os outros têm que reconhecer nosso valor.
No sonho de Deus, as coisas são um pouco diferentes: não é preciso ser dono de nada, porque nós somos os filhos do dono. Não é preciso mandar em ninguém, porque governar é um serviço para o bem de todos. Nem é preciso buscar reconhecimento porque Deus nos ama muito especialmente.
Você vai me dizer para olhar esse presépio e perceber que já está cheio de figurinhas, de plantas e mesmo de cortes nas montanhas, porque totó mundo se acha no direito de colocar aí tudo que bem entende.
Olhe eu lhe diria para não se assustar tanto com tudo isso eu você está vendo por aí. Ou melhor, preste atenção para ver eu eles também, os outros ficam frustrados muitas vezes…
Repare melhor que muitas dessas figurinhas muitas dessas reformas são mesmo inacabadas: são os sonhos dos outros, que também não conseguiram chegar a ser realidade completa.
Será que não podíamos pensar em sonhar juntos colaborando?
Para isso, precisaríamos conhecer os sonhos uns dos outros…
E quem quer ouvir os meus sonhos?
Comece a ouvir você o sonho dos outros… ou a tentar entender…
A gente pode entender, nesse presépio, até os “sonhos” dos animais, das plantas… do mar, dos rios, da lua… e dos outros mundos lá do espaço.
Tudo isso, parece incrível, está dentro de um sonho comum.
Como seria o sonho da planta. Planta sonha?
Eu acho que sim. Lá do jeito dela, ela sabe que vai germinar. Vai soltar brotos, firmar os ramos, deslumbrar-se com as flores, acolher as abelhas, festejar os frutos, jogar na terra as sementes… e ver nascer as plantinhas novas, espreguiçando, curiosas, as suas primeiras folhinhas…
Sonho é desejo. Trabalhe os seus desejos. Não tenha medo de desejar. Procure enxergar com clareza o eu é que você deseja. Tenha segurança para se abrir para os desejos dos outros.
Dê uma abertura para entender e acolher os desejos de Deus: o imenso desejo do amor.
Se você conseguir representar fora os seus desejos, vai ser mais fácil realiza-los. Vai ser possível enxergá-los no contexto dos desejos dos outros, em perpétuo contraste com os desejos dos outros. Sonho é utopia: é o que queremos e podemos fazer.
Em parte, os desejos são recordações: as coisas bonitas ou gostosas que a gente conheceu na infância, teve vontade, mas não conseguia agarrar com as mãos. O grande sonho é aquela visão instantânea e fugidia de um mundo espetacularmente maravilhoso que a gente vislumbrou, mas escapou das mãos…
Eu sonho, por exemplo, com pessoas sem doenças, sem ignorâncias, sem ódios, sem injustiças. Com contrastes, mas sem destruições absurdas. Um mundo sem sequestros, sem assaltos, sem roubos e assassínios. É claro que eu tenho que me indignar muitas vezes. E fazer ouvir essa minha indignação.
A utopia de Deus: que todos sejam irmãos. Uma só família, um povo. Pra sempre.
Utopia de Deus: que todos possam gozar todos os bens, sem nunca ficar entupidos pelos primeiros que passaram e eles agarraram.
Utopia de Deus; que todos possam trabalhar, isto é, realizar seus sonhos. Executar o que pensaram.
Você sonha com segurança? Ponha aí.
Você gostaria de ter amor? Ponha aí.
Você quer paz? Ponha aí.
Quer dinheiro, quer viajar, quer filhos, quer pais, quer realização, quer compreensão? Ponha aí.
Repare que todo presépio tem uma gruta. Vá chegando perto. Foi daí que você saiu. Olhe lá dentro, você ainda está, bem pequenininho.
Levante-se da palha e venha ver o rosto que está aqui fora
Entre no presépio de Deus.
Vá descobrindo tudo que aconteceu. O que foi eu Deus colocou e deu certo. Também o que parece que não deu certo.
Deus já montou o começo do seu presépio. E está convidando você a ajudá-lo a montar o presépio dele com todas as outras criaturas. Monte aqui. Sonhe. E vá realizar lá fora. Realize no Natal e sempre. O ano inteiro… a vida inteira. Até voltar para a caverna da Mãe terra, de onde você nasceu, quando chegar o dia de nascer no presépio de Deus, que começa aqui e continua no sempre, no sem limites.
Esse menininho no meio de pais pobres, entre o boi e o burro, deitado na palha cercado de pastores pobrezinhos e deslumbrados é o começo do sonho de Deus, que nunca mais vai ter fim.
Neste Natal, quero convidar você a ficar diante do presépio, calado, descansando e sonhando..

LIÇÃO DE POBREZA: O PRESÉPIO DE FRANCISCO

Frei Augusto Luiz Gabriel

São Paulo (SP) – Você sabia que quem criou o presépio pela primeira vez foi São Francisco de Assis? É isso mesmo! Segundo a tradição, a primeira representação visualizada, teatralizada e celebrada de um presépio aconteceu no ano de 1223, num bosque próximo de Greccio, na Úmbria, região italiana. Quem tomou esta iniciativa foi Francisco de Assis, e, com isso, ele passa a ser o primeiro a organizar de um modo plástico a cena da Encarnação do Filho de Deus.

Não é de se discutir se o fato é verídico ou legendário, pois Francisco de Assis foi um apaixonado pelo modo como Deus fez morada no mundo dos humanos, e certamente, mais do que palavras quis mostrar o maior evento de todos os tempos: na carne de um Menino, Deus está para sempre no meio de nós.

Nos presépios temos a harmonia das diferenças. O mundo do divino encontra-se com o mundo do humano. A grandeza, a onipotência de um Deus revela-se na fragilidade de uma criança. Ali o mundo animal e também o mundo mineral são abraçados pelo silêncio divino. Há também o toque brilhante daquela Estrela Guia aproximando o mundo sideral.

Num presépio cabe todos os rostos! É o grande encontro dos simples, dos normais, dos marginais, dos ternos, fraternos, sofridos e excluídos. Quando o diferente se encontra temos a mais bela paisagem do mundo. Tudo se torna transparente na unidade das diferenças. Num presépio não existe preconceito, existe sim aquela silenciosa e calma contemplação da beleza de cada um, de cada uma. Encarnar-se é morar junto e respeitar o diferente! Paz na Terra aos Humanos de vontade boa e bem trabalhada! Isso é que encantou Francisco de Assis!

O Amor tem que ser Amado! A Verdade e a Beleza têm que ser apreciadas. Este é o lugar de Luz no meio das sombras humanas. A luz vale mais do que todas as trevas. Deus está ali com você e com Francisco diante do presépio, e abraçando você com silêncio, paz, harmonia, serenidade; acolhendo você e passando-lhe Onipresença, Onipotência eterna para a fragilidade da criatura. No presépio, Deus olha você, pessoa humana, contemplando a suprema humildade da Pessoa Divina.

Seja bem vindo a nova série da TvFranciscanos: Lição de Pobreza: o Presépio de Francisco – Uma reflexão Franciscana do Natal do Senhor em forma de novena. Reze conosco!

Vídeos da novena de natal da TVFranciscanos – Provincia da Imaculada conceição do Brasil

Novena de Natal - Encerramento

Oitavo dia da Novena

Sétimo dia da novena

sexto dia da novena

Quinto dia da Novena

Quarto dia da Novena

TERCEIRO DIA DA NOVENA

SEGUNDO DIA DA NOVENA

PRIMEIRO DIA DA NOVENA

Oração diante do Presépio

Menino das palhas, Menino Jesus,
Menino de Maria, aqui estou diante de ti.
Tu vieste de mansinho, na calada da noite,
no silêncio das coisas que não fazem ruído.

Tu é o Menino amável e santíssimo,
deitado nas palhas porque não havia lugar
para ti nas casas dos homens
tão ocupados e tão cheios de si.

Dá a meus lábios a doçura do mel
e à minha voz o brilho do cantar da cotovia,
para dizer que vieste encher de sentido
os dias de minha vida.

Não estou mais só: tu és o nosso companheiro
de minha vida. Tu choras as minhas lágrimas
e tu te alegras com minhas alegrias
porque tu és meu irmão.

Tu vieste te instalar feito um posseiro
dentro de mim e não quero que teu lugar
seja ocupado pelo egoísmo que me mata
e me aniquila, pelo orgulho que sobe à cabeça,
pelo desespero.

Sei, Menino de Maria, que a partir de agora,
não há mais razão para desesperar
porque Deus grande, belo,
Deus magnífico e altíssimo
se tornou meu irmão.

Santa Maria, Mãe do Senhor e Palácio de Deus,
tu estás perto do Menino que envolves
em paninhos quentes.

José, bom José, carpiteiro de mãos duras,
e guarda de meu Menino das Palhas,
protege esse Deus que se tornou
mendigo de nosso amor.

Menino Jesus,
Hoje é festa de claridade e dia de luz.
Tu nasceste para os homens na terra de Belém.