Ordem Franciscana Secular do Brasil Conselho Nacional da OFS triênio 2018-2021
A verdadeira piedade, que, na palavra do Apóstolo, é útil a todas as coisas, enchera o coração de Francisco, compenetrando-o tão intimamente, que parecia dominar totalmente a personalidade do homem de Deus. Nasciam daí a devoção que o elevava até Deus, a compaixão que fazia dele um outro Cristo, a amabilidade que o inclinava para o próximo, e uma amizade com cada uma das criaturas, que lembra nosso estado de inocência primitiva. (LM 8,1)
Como “irmãos e irmãs da penitência”, em virtude de sua vocação, impulsionados pela dinâmica do Evangelho, conformem o seu modo de pensar e de agir ao de Cristo, mediante uma radical transformação interior que o próprio Evangelho designa pelo nome de “conversão”, a qual, devido à fragilidade humana, deve ser realizada todos os dias… (Regra da OFS 7)
Nesta Quarta-feira de Cinzas iniciamos um período forte de conversão e penitência para toda a Igreja e, consequentemente, a Ordem Franciscana Secular e a Juventude Franciscana. Iniciamos hoje o tempo da Quaresma e com ele as reflexões sobre oração, jejum e esmola que norteiam este itinerário de renovação da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo em nossa própria vida.
A Igreja no Brasil, buscando contribuir com nossas reflexões quaresmais, realiza há mais de 50 anos a Campanha da Fraternidade e nos incentiva a elevar nossos pensamentos a uma prática transformadora das duras realidades vividas por nosso povo, nos educando para uma vida em fraternidade baseada na justiça e no amor, exigências centrais do Evangelho, além de renovar em todo corpo místico de Cristo a consciência de responsabilidade na promoção humana.
Neste ano a Campanha da Fraternidade tem como tema “FRATERNIDADE E VIDA: DOM E COMPROMISSO” e como lema “VIU, SENTIU COMPAIXÃO E CUIDOU DELE”, que faz referência à parábola do Bom Samaritano (Lc 10,25-37) e busca acordar algo que ultimamente anda adormecido em nossos corações e mentes – a importância da vida humana e o amor ao próximo.
A atitude do Samaritano deixa claro que o próximo não é aquele com quem que temos afinidade, mas todo aquele de quem nos aproximamos e, vendo suas dores, nos compadecemos e buscamos ajudá-lo em suas angústias e a cuidar de suas feridas, mas principalmente nos comprometemos a promover sua vida como filho e filha do Altíssimo e Bom Senhor. Precisamos contrapor a indiferença dos nossos dias diante da dor e do sofrimento à nossa atitude cristã e franciscana, pois o valor dado à vida humana chegou a um ponto que esbarra em uma série de angustiantes indagações:
O que aconteceu conosco? Por que vemos crescer tantas formas de violência, agressividade e destruição? Perdemos, de fato, o valor da fraternidade?1
Perguntas que precisam ser refletidas e respondidas urgentemente, pois hoje o discurso de ódio tornou-se prática comum até mesmo em ambientes religiosos e a indiferença com os que vivem à margem de toda oportunidade e tm sua vida violentada foi normatizada.
Precisamos criar, incentivar e fortalecer espaços e relações com nossa presença fraterna e amorosa. Nós, franciscanos e franciscanas, a exemplo de Francisco de Assis, Santa Clara e de Santa Dulce dos Pobres, precisamos gritar ao mundo que o Amor não é amado, que a felicidade assim não se pode encontrar. É preciso voltar a Jesus, o Amor que queremos amar.
Como franciscano e franciscana, faça seu itinerário penitencial nesta quaresma fomentado pela Campanha da Fraternidade 2020, reflita sobre como anda seu COMPROMISSO com o DOM da VIDA em todas as suas etapas, VEJA, se COMPADEÇA e procure aproximação com quem precisa do seu CUIDADO.
Mãos à Obra!
Maria José Coelho – Ministra Nacional
Helio Gouvêa – Coordenador de JPIC
José Douglas Soares C. de Souza Magno R. Gonçalves Almeida
Secretário Fraterno Nacional – JUFRA Secretário Nacional de JPIC – JUFRA