Sobre Maria José Del Papa Zacharias –

Quando tomba um Jequitiba

(por: Maria Aparecida Crepaldi e Rosalvo G. Mota)

Conhecem o Jequitibá ? É uma árvore tipicamente brasileira, da Mata Atlântica. É uma das árvores mais formosas da região, não só pela qualidade da madeira, mas também pelo seu porte, atinge a 50 metros de altura. Na idade adulta são necessárias 11 pessoas para abraçá-la. Sua longevidade pode atingir a idade de 300 anos. Em uma mata nativa que existe um jequitibá adulto, o mesmo se destaca de todas as outras árvores, o que revela sua imponência. Mas, também, os Jequitibás tombam!

Em 23 de maio de 2018, tombou um grande Jequitibá da nossa OFS. Nossos corações se unem em orações pelo falecimento de nossa querida irmã MARIA JOSÉ DEL PAPA ZACHARIAS, após ter percorrido um período de lutas profundas, até ultrapassar seu próprio limite, ao receber a visita da Irmã Morte.

Quando fui eleito Ministro Nacional e Maria Aparecida Crepaldi (Cidinha) eleita Conselheira para o Nacional, Maria José sempre acompanhou a Cidinha em todas as viagens, pois fazia parte da Comissão jurídica. No segundo governo, quando Cidinha foi Secretária, a mesma coisa, iam sempre juntas ao Rio de Janeiro para as reuniões no Edifício Darke, no centro da cidade. Foi sempre muito corajosa e generosa com todos. Enfrentava uma situação muito difícil em casa o filho mais velho não aceitava a profissão dela de Promotora do Ministério Público. O mais novo casou logo, mas morreu cedo em um acidente horrível, juntamente com sua esposa, deixando um neto para a Maria José, que foi sua alegria com o passar dos tempos. 

Doou-se muito à OFS tanto por meio do próprio trabalho, como ajudando financeiramente a muitos membros, a sua Fraternidade Local, ao Regional e ao próprio Conselho Nacional.

Viveu sua infância no Largo do Cambuci em São Paulo. Sua casa era bem ao lado da Igreja de Nossa Senhora da Glória. Contava com muita alegria como foram os anos em que andava de bonde em São Paulo para ir à Faculdade e como era sua vida em família. Gostava muito de conversar com a Cidinha e trocava as alegrias e preocupações da vida.

Mas logo chegou a doença e sua irmã Maria Luiza que morava em São Vicente e já insistia há tempo que fosse morar com ela. E assim o fez. Contudo o Alzheimer foi se agravando até o dia de sua morte. Ela já não reconhecia mais ninguém.

Mas o que guardamos de mais expressivo em Maria José Del Papa?

Tinha forte personalidade, era muito exigente consigo mesma e cumpriu seus múltiplos deveres fielmente, mesmo em meio às tribulações e doenças, com prontidão exemplar.

Podemos falar de sua alegria, de sua presença marcante, sua participação ativa nas fraternidades em todos os níveis. Deixou-nos o exemplo da fortaleza, da fé e da perseverança nas adversidades.

Sua vida de penitência foi perpassada pelo recomeçar diário, no cumprimento incansável dos deveres, na consciência do seu ser franciscano. Era abnegada na prática da caridade, tanto a nível pessoal como em fraternidade. Cumpriu sua missão como o Senhor lhe permitiu, no meio dos irmãos e irmãs, amando e sofrendo.

Agora sentimos sua ausência, mas agradecemos ao Senhor o dom de sua vida e o tempo que passou conosco. 

Rogamos por ela e pedimos orações, pois acreditamos que, pela misericórdia divina, ela está agora em sua morada eterna, descansando junto ao Senhor, com a Virgem Maria, São Francisco, Santa Clara e toda a milícia celeste.