DOMINGO DE RAMOS NA PAIXÃO DO SENHOR 14/04/2019

Domingo de ramos na paixão do senhor

14/04/2019

Pistas homilético-franciscanas

Tema ou mensagem: Na humilhação da Cruz o caminho da redenção e da vida

Sentimento: “Humilhai-vos também vós para que sejais exaltados por Ele” (São Francisco)

                         

  1. I. BÊNÇÃO E PROCISSÃO DOS RAMOS (Lc 19,26-40)

Introdução

Com a celebração do Domingo de Ramos, que é também o Domingo da Paixão do Senhor, somos postos no limiar do mistério que celebraremos na Sexta-Feira Santa e na Páscoa. Estes são os dias em que as ações de Deus na história irrompem de um modo todo singular, todo próprio, todo especial… inaudito. São os dias de nossa redenção.

A celebração do Domingo de Ramos já é atestada nos escritos da peregrina Egéria, do século IV, que foi a Jerusalém, viu a procissão dos ramos de oliveira, e a descreveu. Ela narra como os dias da semana pascal começavam com uma procissão que saía do monte das Oliveiras e ia até a Igreja da Anástasis (Ressurreição). Um traço singular desta celebração era a presença de crianças, que levavam nas mãos os ramos de oliveira ou palmas. Mesmo as crianças que ainda não sabiam andar levavam ramos nas mãos, enquanto todo o povo, liderado pelo bispo, cantava hinos e antífonas, segundo o espírito do texto da Escritura que diz: “Bendito aquele que vem em nome do Senhor”.

Da sagração do Rei. O extraordinário se faz evento.

A presença dos populares, contrasta com a dos sumos sacerdotes e dos escribas. A eles Jesus lembra as palavras do salmo 8, no evangelho de Mateus (21,16): “Da boca dos pequeninos e das crianças de peito preparastes um louvor para ti”. A citação deste salmo também projeta uma luz sobre o mistério que está acontecendo nesta celebração da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém: ele é o Filho do Homem coroado de glória e de honra.

O Evangelho de Lucas (19-28-40), que lemos neste ano antes da procissão, começa falando da subida (anábasis) de Jesus a Jerusalém. O versículo 28 – “Terminando estas palavras, Jesus seguia adiante para subir (anabaíno) a Jerusalém” – conclui a parábola do príncipe que viajou para ir receber a investidura e abre o relato dos acontecimentos que se deram em Jerusalém nos últimos dias de vida de Jesus. Marcos (10,32-34), ao apresentar o terceiro anúncio da paixão, diz: “Eles estavam a caminho e subiam para Jerusalém. Jesus caminhava à frente deles. Estavam assustados, e os que seguiam tinham medo” (v. 32a). Aqui a decisão de Jesus de cumprir o mistério da cruz contrasta com a hesitação dos discípulos. “Subir a Jerusalém”, além do sentido topográfico, tem um significado cúltico, isto é, de caminhar para o Templo para oferecer o sacrifício. Assim, a subida de Jesus a Jerusalém para padecer tem o sentido duplo: é a investidura do Rei, que se dá, ao mesmo tempo, pela oferenda da Cruz, em que ele é, ao mesmo tempo, o sacerdote e a vítima sacrifical.

O caminho de Jesus leva do Monte das Oliveiras para dentro da cidade de Jerusalém. É a via da entrada triunfal, da sagração do Rei, na cidade destinada a ser a cidade da Paz. Este caminho se completará, porém, com a via dolorosa, que levará do pretório de Pilatos para o monte calvário. Assim, a liturgia de hoje nos põe em face do mistério de ambos os caminhos, que, na verdade, são uma só via. As estações da via dolorosa serão marcadas por dores, quedas, rupturas. No entanto, no caminho e na lógica de Deus, bem oposta a de Deus, da humilhação nasce o triunfo e do fracasso a vitória.

Jesus manda dois de seus discípulos irem a Betfagé buscar o jumentinho. Quando os donos (kyrioi) perguntam aos discípulos porque estavam soltando o jumentinho, eles respondem: “porque o Senhor (Kyrios) precisa dele”. Esta é a única passagem em que Mateus e Marcos aplicam este título messiânico a Jesus. Jesus é Senhor (Kyrios). Mas o seu senhorio – a majestade de seu reino – se mostra através da humildade. Por isso, o caminho da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém mostra, ao mesmo tempo, honra e autoridade, por um lado, e humildade por outro. O Rei que vem ao encontro da sua Cidade apresenta-se de modo humilde, montado num jumentinho, conforme a profecia de Zacarias (9, 9-10). 

Os discípulos o honram colocando suas vestes sobre o burrinho e pelo caminho por onde o Mestre passaria. É grande a alegria dos pequeninos. Eles cantam hinos de louvor ao Rei: “Bendito aquele que vem, o rei, em nome do Senhor” (v. 38). Repete-se, então, o que os mensageiros celestes cantavam na noite do Natal: “Paz na terra e glória no mais alto dos céus”. O sentido de toda a existência de Jesus, desde o seu nascimento, vem à tona: ele é o Rei da Paz. Por isso, o caminho de Jesus na sua entrada triunfal em Jerusalém lembra a sagração real de Salomão, que se torna, assim, uma prefiguração do Cristo, o Rei da Paz. Paz que Jerusalém recusará e que atrairá para ela a ruína. Ela não seria capaz de reconhecer no humilde homem de Nazaré este rei da Paz. Este Rei não vem para exigir tributos, para armar exércitos, para guerrear contra os inimigos. Ele vem para inaugurar o reino da paz e da misericórdia, o reinado de Deus.

 Os fariseus repreendem a Jesus por deixar que os seus discípulos – o povo que o segue, os mais íntimos, as crianças, os pequeninos – o proclamem Rei messiânico. Aos seus ouvidos, os gestos alegres e reverentes e os hinos dos discípulos soam como sedição contra a autoridade romana e, ao mesmo tempo, como blasfêmia contra Deus. A esta repreensão a resposta de Jesus é enigmática: “Eu vos digo: se eles calarem, as pedras gritarão” (v. 40). O sentido parece ser: nada poderá impedir os discípulos de, em Jerusalém, aclamar o Rei e o Reino que vem em nome do Senhor. Ambrósio, lendo esta passagem, dirá que os que o repreendiam tinham os corações mais duros do que as pedras. E recordaria que Pedro chama os cristãos de “pedras vivas”. Assim, pelos séculos, o povo cristão, as “pedras vivas”, proclama aquilo que os pequeninos, naquele dia, proclamaram: “bendito o que vem em nome do Senhor” – Jesus, o Cristo, o Rei da paz e da misericórdia, que reina nos corações dos humildes e que os associa, assim, ao seu reino, que foi inaugurado desde a Cruz – em que o extraordinário se fez evento.

  1. CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA

1ª Leitura: Is 50,4-7. Do servo sofredor: sua obediência, paciência e confiança no Senhor.

Jesus, o Senhor, vem como servo: o Servo Sofredor do profeta Isaías. A primeira leitura da missa de hoje, que é o terceiro canto do Servo, mostra a sua obediência, a sua constância, a sua confiança em Yahweh. Na verdade, este canto é um salmo de confiança. O Servo fala da sua obediência discipular. O que tem que aprender este discípulo de Deus? Resposta: acolher o sofrimento e o opróbrio como necessários. Esta acolhida é realizada a partir do vínculo amoroso com o Senhor Yahweh, que ele evoca três vezes (v. 4, 7, 9). Jesus, o Cristo Senhor, assumirá esta mesma atitude fundamental de obediência, paciência e confiança, que se anuncia no Servo Sofredor.

Salmo 22 (21): O abandonado se abandona.

O salmo 22 (21), assim como os cantos do Servo Sofredor de Isaías, é lido desde sempre pelos discípulos de Jesus como um anúncio profético, messiânico, que fala da Paixão de Jesus. Começa com as palavras que vão se repetir na boca do Crucificado: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (cfr. Mt 27, 46), palavras que, por sua vez, são meditadas, ruminadas pela Assembleia como refrão do salmo responsorial. São as palavras paradoxais da “perfeita alegria” do Crucificado, a que se referia São Francisco, a saber, de que a suprema realização do discipulado é “vencer-se a si mesmo e sustentar opróbrios de boa vontade por causa de Cristo e caridade de Deus” (Atos 7,18). Perfeição significa, aqui, não excelência, mas consumação de um caminho. Quando o caminho é consumado, então, ele é perfeito.

2ª Leitura (Fl 2,6-11): Da kénosis: o esvaziamento.

A segunda leitura da missa fala da “kénosis” (esvaziamento, aniquilamento) do Filho, que, desprendido da “forma de Deus”, da “igualdade com Deus”, assume a “forma de Servo”, a natureza e a condição dos homens, sim, dos últimos dos homens, dos escravos, seguindo o seu destino em pobreza, obediência, humildade. O caminho de Cristo – e, portanto, do discípulo, que segue Cristo – é a via kenótica, da abnegação, da pobreza (cfr. 2 Cor 8, 9), da humildade, da obediência cordial ao Pai. Neste caminho, se sacrifica mesmo a própria honra da autenticidade, isto é, a autoafirmação de si, inclusive a valorização do próprio sofrimento como algo de valoroso. Esta é a atitude testemunhada, por exemplo, por D. Bonhoeffer, numa carta endereçada a E. Bethge, da cela da prisão, na época da páscoa de 1944.

Pela segunda vez vivo aqui o tempo da Paixão. Me revolto interiormente, porém, quando leio nas cartas (…) as expressões que falam do meu “padecer”. Isso se me apresenta como uma profanação. Não se devem dramatizar estas coisas. Tenho mais de uma dúvida de estar sofrendo hoje mais do que tu, ou, em geral, mais do que a maior parte dos homens. Naturalmente, tem muito de atroz, mas, onde não tem? Talvez, a respeito deste ponto, temos, geralmente, tomado certas coisas de modo por demais importante e grave. […] Creio que aqui alguma coisa tenha de ser corrigida; sim, para dizer sinceramente, às vezes quase me envergonho do quanto nós falamos do nosso sofrimento pessoal. Não, padecer deve ser algo de totalmente diverso, deve ter uma dimensão totalmente diversa, em relação àquilo que vivi até agora.

Evangelho (Lc 22,14-23,56): Da Paixão segundo Lucas. A via dolorosa.

O desejo de Jesus comer a páscoa, isto é, o cordeiro pascal, com os discípulos dá início à narrativa da paixão (22, 15). A ceia de Jesus com os discípulos institui o memorial permanente da sua paixão: corpo dado, sangue derramado, como salvação para uma multidão de homens. Jesus é identificado como a Páscoa, o cordeiro do sacrifício, cujo sangue preserva os eleitos da morte e garante-lhes a libertação. Ao instituir a nova aliança Ele inaugura e introduz no coração da humanidade a nova disposição (kainé diatheke) de Deus, como ele dirá no v. 28: “E eu disponho para vós do Reino como o Pai dispôs dele para mim”. É a proclamação do Reino que é inaugurado definitivamente: o acontecer escatológico da salvação.

Em seguida vem o anúncio da traição de Judas. Lucas ressalta que Judas participou da refeição pascal! Cristo, que o escolheu para ser um dos doze, agora se oferece também a ele. Uma vez entregue a Judas, ele será entregue às autoridades judaicas e romanas, para, enfim, entregar sua vida ao Pai no lugar dos homens e em favor deles.

Lucas coloca na despedida o ensinamento dado aos discípulos sobre a vocação e missão de ser o menor. Ele está no meio dos discípulos como aquele que serve, dando a vida. O caminho kenótico de Jesus é o do não-poder, caminho que precisa ser recordado sempre de novo pelos discípulos de Jesus. O desafio é, para os cristãos, sempre de novo, superar as suas tendências triunfalistas e seguir pela via kenótica do discipulado de Jesus Cristo, o Crucificado, a “altissima paupertas”, altíssima pobreza de Francisco de Assis: Esta é a excelência da altíssima pobreza, que vos constituiu, caríssimos irmãos meus, herdeiros e reis do Reino dos Céus, vos fez pobres em coisas e vos sublimou em virtudes (RB 6,5).

A paixão de Jesus foi marcada, no círculo interno dos discípulos, pela traição de Judas e pela negação de Pedro. O fracasso de Pedro no seguimento de Jesus não se tornou definitivo graças à graciosa intercessão do Senhor Jesus por ele, para que a sua fé não desvanecesse. Retornando do fracasso, ele deveria confirmar os seus irmãos na fé.

Na Oração do Monte das Oliveiras encontramos um traço próprio da narrativa de Lucas: os detalhes. O suor que caía da face de Jesus como gotas de sangue e o anjo do Senhor que lhe é enviado para confortá-lo; o conforto e a consolação do Pai; os três discípulos que testemunharam a transfiguração no Monte Tabor, agora, no Monte das Oliveiras, adormecem na tristeza.

Como o Servo Sofredor da primeira leitura, ao ser preso, Jesus não oferece resistência. Entrega-se ao beijo de Judas. Pelo beijo, ele e o traidor se tornam um só. Bonhoeffer diz: “este beijo era a consumação do caminho de Judas, a expressão mais profunda da comunhão e do insondável encontro entre Jesus e Judas”.  Jesus e Judas se co-pertenciam desde o início. A última expressão de fidelidade do discípulo se muda em expressão de traição. O Bom não rejeitara a comunhão com o mal. O único caminho – gesto – que ainda poderia salvá-lo.

À traição de Judas segue a negação de Pedro. Lucas coloca a negação de Pedro diante de Jesus mesmo, no pátio da casa do Sumo Sacerdote. É próprio da narrativa de Lucas, também, o detalhe do olhar de Jesus (v. 22, 61). Certamente, não um olhar de condenação, mas de misericórdia, com-paixão.                                                                                                                                                                                         

Em seguida vêm as zombarias dos guardas do Sumo Sacerdote.

Tudo isso tinha acontecido à noite. Quando amanhece, ele é interrogado pelo Sinédrio, o conselho dos notáveis do povo judaico em Jerusalém. Ao dizer que “doravante o Filho do Homem se assentará à direita do poder de Deus” (v. 69), declarando, assim, a inauguração imediata do Reino de Deus, os maiorais alcançaram uma declaração pela qual poderiam incriminar Jesus, tanto de sedição aos olhos dos romanos, quanto de blasfêmia aos olhos dos judeus.

Jesus padece “sob Pôncio Pilatos”. Diante da autoridade romana – do mundo – nega a si a realeza messiânica tomada em sentido político, base da acusação dos sinedritas. Pilatos reconhece a inocência de Jesus, mas mesmo assim, acaba cedendo às pressões das autoridades judaicas. É estranho como inimigos se tornam amigos para conspirar contra o homem de Nazaré: autoridades judaicas e autoridades romanas, Pilatos e Herodes, antes inimigos, agora se tornam amigos, para se unirem contra um adversário comum, Jesus, o Cristo de Deus. Jesus representa a autoridade da via kenótica do não-poder. É esta via que é rejeitada por aqueles que amam o poder. Homens de poder, mas sem autoridade, condenam-no à morte de cruz.

Depois da flagelação, a via dolorosa segue, então, rumo ao Calvário como sinal eloquente do caminho dos discípulos de outrora e de sempre.

Na Cruz, Jesus aparece como o Messias de Deus, o Eleito, título do Servo Sofredor, da profecia de Isaías. Ironia incrédula dos chefes aparece mesclada com o silêncio respeitoso do povo. A fé desperta no coração de um dos dois malfeitores, que foram crucificados junto com Jesus.

Ao meio-dia, o sol obscurece. Do alto da Cruz, ecoa o grito do Crucificado: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23, 46). Sua última palavra, no evangelho de Lucas, é idêntica à primeira. Evoca o seu Pai: “Não sabíeis que é necessário para mim estar no meio das coisas de meu Pai?” (Lc 2, 49). Sua vida toda, em cada respiração, não foi mais do que um estar na proximidade e no abrigo, sim, na morada, junto ao Mistério fontal da Gratuidade, do Pai. Os interesses do Pai foram os seus interesses, do início ao fim de sua vida. Viver fora, para Ele, cuidar destes interesses. Sua morte fora a consumação de sua vida, feita toda ela de entrega. A última palavra de Jesus, no evangelho de Lucas, tem, pois, o sentido de entrega. Do alto da Cruz, “Jesus deu um grande grito; ele disse: ‘Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito’. E, com essas palavras expirou” (Lc 23, 43).

Junto à sua cruz, no momento em que o caminho do seguimento se interrompeu para os Apóstolos, estava somente a Igreja do Amor, representada pelas mulheres que o seguiram desde a Galileia.

A narrativa termina com o sepultamento, que foi providenciado por José de Arimatéia, um dos notáveis do conselho, “homem bom e justo”, que “esperava o Reino de Deus”, e que não concordou com os projetos dos demais colegas do Sinédrio. A estrela vespertina começa a brilhar no céu. Anuncia o começo do sábado. Era a hora de acender as lâmpadas para celebrar a Páscoa. Jesus, o Cordeiro, já tinha sido imolado. As mulheres tinham assistido ao sepultamento, depois voltaram para casa, para preparar aromas e perfumes para o embalsamento. Elas se tornariam as primeiras testemunhas da ressurreição.

Conclusão

Ao iniciarmos mais uma celebração do mistério maior de nossa fé, não podemos deixar de olhar para São Francisco que, além de ter escrito e rezado todos os dias um “Ofício da Paixão do Senhor”, vivia “chorando a Paixão” do seu Senhor (Cf. Legenda dos Três Companheiros, 14).

A palavra “paixão” procede do verbo latino “patior” que se costuma traduzir simplesmente por “sofrer” ou “suportar”. “Patior”, porém, é forma depoente, passiva. Isso significa que o princípio dinamizador da paixão é sofrer a ação, e não tanto ser sua causa. Paixão indica, portanto, a dinâmica de padecer e sofrer por algo que, vindo ao nosso encontro, atinge-nos tão profundamente que é capaz de abrir em nós uma fenda da qual jorra sempre novo e de novo, o sentido da vida. Jesus Cristo com sua paixão, portanto, é a pessoa que nos toca, cria em nossa alma e imprime em nosso coração uma marca indelével que nem o tempo, nem a vida e nem a morte conseguem deletar. Esta presença, assim, aos poucos, vai se tornando tão marcante que sempre mais a ela vamos nos conformando vindo a ser nossa nova identidade, nossa verdade, nosso caminho, nossa vida (Cf. Fontes Franciscanas, pág. 139).

Fraternalmente,

Marcos Aurélio Fernandes e Frei Dorvalino Fassini