02 DE AGOSTO: DIA DE NOSSA SENHORA DOS ANJOS E DO PERDÃO DE ASSIS

DIA DE NOSSA SENHORA DOS ANJOS E DO PERDÃO DE ASSIS

O que significa para nós celebrar o Perdão de Assis?

Nosso Seráfico Pai amou tanto a Porciúncula pois ali está a origem da fraternidade. Fraternidade que ele sonhou de pessoas de todos os tamanhos, cores e ideais que se voltam para o Senhor para segui-Lo e fazer a Sua santa vontade.

Coração aberto ao outro, amou a todos os homens e a todas a criaturas, não se contendo de ter apenas para si tão grande sinal de que Deus nos fala ao coração, nos envia e nos dá irmãos.

Sentiu o desejo de pedir a Deus que oferecesse a toda a humanidade o perdão dos pecados. Não se conteve em guardar para si e seus companheiros tão grande graça de viver irmanados no amor de quem compreende o outro e a tudo desculpa porque ama verdadeiramente.

Quis e obteve do Papa que todos os que ali se achegassem em busca do perdão recebessem generosamente a indulgência.

Como compreender hoje o significado desse gesto? Um mundo onde se busca ser grande, ser poderoso e forte. Como compreender que buscar o perdão é reconhecer a própria pequenez, o nada que somos e o quanto Deus nos quer bem?

É preciso percorrer o Caminho do autoconhecimento, chegar ao templo onde Deus nos habita e ali, no profundo de nós mesmos, olhar com os olhos do Pai, o outro com quem nos relacionamos.

Considerar no relacionamento cotidiano como nos sentimos em relação a nós e Deus, nós e o outro e nós mesmos com o plano que Ele tem para nós.

Nos desvios, se pode retornar e retomar. E aqui entra a conciliação, o perdão e a paz. E a paz não é a que o mundo conhece, mesmo na ausência de guerra, mas é a Paz que o próprio Senhor nos dá.

Francisco quis que todos pudéssemos e desejássemos buscar essa Paz. A verdadeira Paz.

A indulgência que é concedida pela Igreja a nós Igreja é impulso para nos transformarmos e retomarmos com determinação o Caminho e sempre de novo O buscarmos, no dia a dia, continuamente e até o fim, amando-nos e ao outro como o próprio Jesus nos ensinou e Francisco compreendeu e viveu.

Meu Senhor e meu Deus! O Amor continua não sendo amado! Como precisamos do perdão.

Perdão pelas injustiças, injúrias, calúnias, orgulho, vaidade e domínio sobre meu irmão.

Perdão pelo consumo desenfreado, pelo descaso para com a condição de meus irmãos e de nossa Casa Comum.

Perdão pela ignorância, pela falta de visão e de noção. Perdão por me julgar o filho mais velho que está sempre contigo quando guardo tanta indiferença com o meu irmão que erra.

Perdão pelas disputas pequenas e grandes, pela ganância, pelo desejo de ter mais, de ser mais e melhor que o outro, mesmo no serviço supostamente desinteressado.

Perdão Pai Francisco, pois oito séculos se passaram e ainda não conhecemos Jesus Cristo do modo como você viu, se encantou, amou e buscou de toda mente e de todo o coração.

Vamos celebrar o Perdão de Assis, vamos voltar ao berço da Porciúncula, vamos ver Nossa Senhora, o Menino e os Anjos. Vamos buscar viver o céu desde agora, pois o Reino de Deus já está entre nós.

E se você, Francisco de Assis, influenciou – sem o querer – homens e mulheres de todos os tempos e credos, nós, seus filhos, cremos que podemos nos restaurar a nós e ao nosso entorno para que a Paz e o Bem reine entre nós.  Amém.

Bernadete de L. F. Pereira
Coordenadora de Formação
Fraternidade Regional Sudeste III da
OFS do Brasil

 

Para conhecer o Perdão de Assis:

“A origem da Indulgência da Porciúncula deu-se assim, segundo o testemunho de Bartolomeu de Pisa: “Certa noite, do ano do Senhor de 1216, Francisco estava compenetrado na oração e na contemplação na igrejinha da Porciúncula, perto de Assis, quando, repentinamente, a igrejinha ficou repleta de uma vivíssima luz. Assim, Francisco viu Cristo sobre o altar e, à sua direita, a sua Mãe Santíssima, circundados de uma multidão de anjos. Francisco, em silêncio e prostrado no chão, adorou a seu Senhor. Então, perguntaram-lhe o que ele desejava para a salvação das almas. A resposta de Francisco foi imediata: “Santíssimo Pai, mesmo que eu seja um mísero pecador, vos peço, que a todos os que, arrependidos e confessados, virão visitar esta igreja, possam receber um amplo e generoso perdão, com uma completa remissão de todas as culpas”. O Senhor lhe disse: “Ó Irmão Francisco, o que me pede é algo de grandioso, mais você é digno de coisas maiores e as obterá: acolho, portanto, seu pedido, com a condição de pedir tal indulgência, da parte minha, ao meu Vigário na terra, o Papa”.

Aprovação do Papa

Imediatamente, Francisco se apresentou ao Pontífice Honório III que, naqueles dias encontrava-se em Perugia, ao qual narrou a cândida visão que teve. O Papa o ouviu com atenção e, depois de alguns esclarecimentos, deu a sua aprovação, dizendo: “Por quanto anos você quer esta indulgência”? Francisco, com desapego, respondeu-lhe: “Padre Santo, não vos peço por anos, mas pelas almas”.

Feliz, Francisco dirigiu-se à porta, mas o Pontífice o chamou: “Mas você não quer nenhum documento”? E Francisco respondeu-lhe: “Santo Padre, Deus cuidará de manifestar a obra sua; eu mesmo não preciso de nenhum documento. Este documento deve ser a Santíssima Virgem Maria, Cristo o Escrivão e os Anjos as testemunhas”.

Poucos dias mais tarde, diante dos Bispos da Úmbria e do povo reunido na Porciúncula, Francisco anunciou a indulgência plenária, dizendo entre lágrimas: ”meus irmãos, quero que todos vocês vão para o Paraíso! ”

Extensão da Indulgência

Mais tarde, com a Bula de 4 de julho de 1622, o Papa Gregório XV estendeu esta grande indulgência a todas as igrejas da Ordem Franciscana e prescreveu que, além da confissão, eram necessárias a comunhão e a oração pelo Sumo Pontífice.

Em 16 de abril de 1921, o Papa Bento XV estendeu a indulgência plenária do Perdão de Assis a todos os dias do ano, somente na Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis. ”