fonte: franciscanos.org
Neste dia 14 de setembro, a Igreja celebra a Festa da Exaltação da Santa Cruz. A data lembra o dia da dedicação das Basílicas sobre o Gólgota e o Sepulcro de Cristo ressuscitado, construídas durante o Império de Constantino e dedicadas no dia 13 de setembro de 335. Neste dia, também faz-se memória da vitória de Heraclio sobre os persas em 630, dos quais foram arrebatadas as relíquias da cruz, solenemente transportadas para Jerusalém.
O mistério celebrado, no entanto, ultrapassa esses fatos históricos. Dentro do plano de Deus, a cruz tomou-se sinal e símbolo do mistério pascal. Depois que o ser humano falhou em sua vocação através do pecado, a vida e a salvação passarão pela morte. Além de ser Senhor do universo na ordem da criação, Jesus, constituído por Deus como Senhor da vida, tomou-se também o primeiro entre os irmãos ressuscitados para todos os que nele creem e procuram realizar o plano de Deus.
A cruz marca toda sua vida de São Francisco de Assis. Está com ele no início de sua conversão e no fim de sua vida, quando o santo experimentou o sofrimento de Jesus através de suas chagas. São Francisco é um santo singular, profunda e misteriosamente marcado pelo sinal-da-cruz. Celano vislumbra este mistério e assim intitula um dos capítulos de sua obra: ‘A devoção à cruz; e um segredo oculto’.
“Finalmente, quem poderia exprimir, quem poderia compreender o quanto estava longe dele gloriar-se, a não ser na cruz do Senhor? Somente foi dado compreender àquele que pôde experimentar. Na verdade, ainda que em certo sentido as experimentássemos entre nós, de maneira alguma nossas palavras, maculadas pelas coisas cotidianas e sem valor, estariam em condições de exprimir tantas maravilhas. E talvez o mistério teve que se manifestar na carne, porque não teria podido ser explicado em palavras. Fale, portanto, o silêncio onde falta a palavra…”(2Cel 203).
Confira neste Especial alguns aspectos importantes da cruz dentro da mística franciscana, como a reflexão sobre a oração de São Francisco de Assis diante do Crucifixo: “Altíssimo e glorioso Deus…”, no artigo de Frei Jack Wintz.
São Pedro de Alcântara, santo franciscano, que leva o título de Patrono do Brasil, em seu “Tratado da Oração e da Meditação”, também nos convida a rezarmos o mistério da cruz. “Considera como o Senhor foi cravado na cruz, e a dor que padeceria ao tempo em que aqueles cravos grossos e esquinados entravam pelas mais sensíveis e mais delicadas partes do mais delicado de todos os corpos”.