Paz e bem!
É com o coração cheio de alegria que celebramos no primeiro domingo do mês de setembro o dia nacional do(a) Assistente Espiritual!
Agradecemos a todos irmãos e irmãs que, entendendo a importância de viver e valorizar o trabalho em família, colocam o dom da sua vocação a serviço da OFS e da JUFRA.
A OFS do Brasil se une em oração por nossos assistentes nacionais, regionais e locais.
Aproveitamos a ocasião para compartilhar um texto de Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM, sobre a temática do serviço da assistência espiritual.
O assistente espiritual na Ordem Franciscana Secular
O que pode facilitar seu trabalho e encher seu coração de alegria
1. Em outros lugares e em diferentes publicações já temos nos ocupado do tema da assistência espiritual e pastoral aos membros da Ordem Franciscana Secular por parte da Ordem I e da TOR. Normalmente, os Ministros provinciais cuidam de que nenhuma Fraternidade fique sem assistência. Bom seria se este pudesse nomear um frade que fosse sugerido ou indicado pelos terceiros e, sobretudo, que tivesse muito gosto em acompanhar a OFS. Em toda esta breve comunicação há essa preocupação: pedir que os assistentes tenham gosto por seu trabalho, acreditem na OFS. A Igreja confiou à Ordem I e à TOR essa tarefa dentro da perspectiva do comum carisma da família franciscana. Aqui, uma palavra de ânimo e, eventualmente, de esclarecimento. Há fraternidades locais que estão em franco crescimento porque contam com um conselho local atuante e uma assistência espiritual eficaz e efetivamente presente. Estes dois fatores são de fundamental importância para que nossas fraternidades experimentem vigor e sejam esperança para todos.
2. Os assistentes não são os diretores da fraternidade. O governo e administração da OFS cabe aos leigos. O assistente não é um capelão. Não basta apenas que celebre a missa, quando for sacerdote, para os irmãos sem estar integrado na vida da fraternidade. Não basta aparecer esporadicamente. Ele é assistente que, tanto na formação inicial quanto na permanente se faz presente (ad-sistere).
3. Como em todos os grupos, nos quais sacerdotes e religiosos atuam, trata-se de fazer pastoral. Fazer pastoral é acompanhar um grupo. Trata-se de aceitar o risco de entrar na aventura de um grupo que busca a Deus (ou ao menos que deveria buscar). Vidas, histórias, trajetórias de leigos, que mês após mês, se reúnem para se confrontar com o caminho franciscano, mesmo ideal e mesma meta do assistente. Não se trata do cumprimento de uma dever legal ou jurídico, ou seja, ser assistente por ser assistente. Há vidas e histórias atrás dos que acompanhamos. Insistimos na ideia do acompanhar.
4.O assistente é pessoa buscadora de Deus e do seguimento do Evangelho. Com seu jeito, seu carinho, a firmeza de suas posições é alguém que gosta de ser franciscano e que tem muita alegria em trabalhar com os leigos. Em outras palavras, ele acredita que os leigos constituem na Igreja e na Família Franciscana uma grande força. O assistente é aquele que acredita que o carisma franciscano pode “restaurar a Igreja”.
5. Não poucas de nossas fraternidades seculares estão envelhecidas, definitivamente envelhecidas. Fenômeno parecido, aliás, ocorre com fraternidades da Primeira Ordem. Ora, mesmo tendo a ver com grupos pequenos e envelhecidos, o assistente é uma chama de esperança: inventa o novo, incita a criação de grupos de jovens casados, busca instaurar grupos de jovens franciscanos marcados pelo estudo, pelo canto, pela alegria, pela vontade de servir ao Senhor e ou não servo. Compreendemos que alguns assistentes se sintam desmotivados para seu trabalho. Mas é preciso reagir porque o Evangelho é mais forte de que nossos desalentos.
6. Não esqueçamos: vivemos a era dos leigos. Queremos um laicato franciscano maduro. Queremos famílias bem constituídas, simples, bonitas, sem consumismo. Desejamos leigos que passem do evangelho para a vida e da vida para o evangelho. Estamos conscientes da beleza e do vigor da Regra da OFS, cheia de força e de engajamento secular. Temos que nos orgulhar de poder assistir a grupos que estão (ou deveriam estar) com a Igreja abrindo caminhos novos no mundo. Os franciscanos da I Ordem e da TOR não podem se omitir. Fraternidades franciscanas seculares constituídas de pessoas acordadas, jovens, dispostas, pessoas que refletem sobre o hoje do mundo e da Igreja constituem uma bênção. O assistente é, de modo particular, um animador vocacional nato.
7. A presença do assistente será sempre de qualidade. Presença regular nas reuniões do Conselho Local prestando toda a atenção possível na qualidade da reunião geral. Presença junto aos que estão se formando. Acompanhamento. Esta palavra é fundamental: acompanhar os irmãos, visitar os doentes, acompanhar a ação do Senhor nas pessoas, ajudar a discernir…
8. Todos os documentos da OFS insistem no papel do assistente na formação em geral. No momento atual, essa formação passa pelo cultivo de um espírito crítico que possa levar ao discernimento dos grandes problemas do mundo e da Igreja: fragilidade do casamento, esvaziamento de nossas paróquias, educação da juventude, vivência de um engajamento missionário. Importante que os franciscanos seculares descubram seu papel na Igreja e no mundo. O assistente tentará fazer com que seculares se tornem discípulos missionários na perspectiva do Documento de Aparecida.
9. Fundamental a ação do assistente em levar os irmãos a descobrirem a beleza de uma vida de intimidade com Deus. Leigos franciscanos farão experiência da presença de Deus na Leitura Orante da Bíblia, na Eucaristia participada quase que cotidianamente, na santificação das horas.
10. De maneira toda especial, o assistente estará sempre lembrando que os franciscanos seculares são chamados a buscar a santidade de vida. Esta se manifestará em seguir os ditames do Sermão da Montanha. Os franciscanos seculares serão santos como santo é o Pai do céu. Cabe ao assistente sempre alertar para o perigo da rotina, do legalismo, do puro e simples devocionalismo. Os franciscanos fugirão de toda rotina e de toda mediocridade.
11. Esperamos que estas reflexões descosturadas e esses esclarecimentos possam facilitar o trabalho dos assistentes e encher-lhes o coração de alegria:
- nenhuma fraternidade sem assistência;
- assistência de qualidade;
- franciscanos que impregnem o mundo com o fogo de Francisco;
- franciscanos que restaurem a Igreja com o Evangelho vivido.
(*) Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM
Fonte : franciscanos.org,br