Fonte: CFFB
Foi concluído no último sábado, 06, em Manaus (AM), o Fórum Franciscano para o Sínodo Pan-Amazônico. O evento realizado no Centro Arquidiocesano São José foi promovido pela Conferência da Família Franciscana do Brasil (CFFB) teve como objetivo conduzir franciscanos e franciscanas a voltarem o olhar e o coração aos apelos do Papa Francisco através de sua convocação para o Sínodo Pan-Amazônico.
O último dia do Fórum foi marcado por uma celebração no encontro das águas entre os rios Negro e Solimões em que pôde ser sentido por todos e todas o clima de cumplicidade que unia cada um dos presentes às características da tradição amazonense em toda a sua diversidade e beleza e que tem como ponto principal a fraternidade universal, tal qual ensinou o Seráfico Pai São Francisco de Assis aos seus seguidores.
Foram três dias (entre 04 e 06 de julho) de apresentações, palestras e debates guiados pela temática “Perspectivas e desafios para a Conferência da Família Franciscana do Brasil”. Frades, irmãs e fiéis uniram-se não somente para seguir o apelo do Papa Francisco em sua convocação para o Sínodo Pan-Amazônico, mas também para ouvir e receber dos povos que compõem a região amazônica o que eles têm a dizer e ensinar sobre a terra em que vivem há gerações.
“Sobre o povo indígena quem sabe é o índio”
Os povos indígenas e ribeirinhos são os maiores dependentes diretos do ecossistema amazônico. Eles convivem diariamente em uma relação intrínseca com as árvores, animais, rios e terras. Habitam nesta região muito antes de podermos iniciar uma discussão sobre a preservação da biodiversidade da Amazônia e é justamente por isso que eles são também os maiores conhecedores de sua preservação.
Aprender com estes povos é o objetivo do Sínodo Pan-Amazônico, convocado pelo Papa Francisco no ano passado, que trata-se de um chamado a toda a Igreja para voltar a sua atenção à Floresta Amazônica e repensar a maneira como cuidamos da Casa Comum e também como o Evangelho é anunciado àqueles que mais precisam dele.
Os índios e ribeirinhos não consideram a biodiversidade como recursos a serem utilizados, mas compreendem ela como uma parte integral de cada um. São um, inseparáveis e em comunhão. É com este modo de ver o mundo que o Santo Padre deseja que aprendamos.
“Sobre o povo indígena, quem sabe é o Índio… Nossa relação com a terra é totalmente diferente, há amor, há pertença, há identidade, há cultura”, como afirmou Dona Almerinda que estava representando a Federação das Organizações do Rio Negro (FOIR) em uma das conferências realizadas durante o Fórum.
Em nota, a CFFB divulgou que Fórum foi um processo intenso e extenso de (re)conhecer a pertença e o cuidado com a Amazônia urbana e rural. Isto implica em aproximar-se, acolher e respeitar toda a beleza da criação expressa na relação entre os povos originários da Amazônia. E ainda, observar que esta vida pulsante na Amazônia está interligada com todas as expressões de vida, formando uma fraternidade universal. Confira a nota na íntegra aqui.
Frei Gilson Miguel Nunes esteve no Instituto São Boaventura, em Brasília. O frade da Província São Francisco de Assis, em São Paulo, participou do Fórum Franciscano para o Sínodo Pan-Amazônico e conversou um pouco conosco sobre o evento e toda a sua importância para a família franciscana e a Igreja.