4º DOMINGO DA PÁSCOA – Ano C 12/05/2019 – ANO C

4º DOMINGO DA PÁSCOA – Ano C

17/04/1916 – ANO C

Pistas homilético-franciscanas

Liturgia da Palavra: At 13, 14.43-52 – Sl 99 (100); Ap 7,9.14b-17; Jo 10, 27-30

Tema-mensagem: O bom pastor chama e dá a vida por suas ovelhas e estas o escutam, o seguem e também dão sua vida por Ele e pelos outros.

Sentimento: gratidão

Introdução:  

O 4º domingo da Páscoa costuma ser chamado ”Domingo do Bom Pastor”. Ele nos leva a celebrar Jesus Cristo crucificado-ressuscitado – o bom Pastor – que chama e doa a própria vida às suas ovelhas para que elas o escutem, o sigam e assim também elas possam dar a vida pelos outros.

  1. Da universalidade da Igreja e de sua missão

A primeira leitura de hoje é tirada dos Atos dos Apóstolos e faz parte do Primeiro e grande discurso querigmático de Paulo e Barnabé na sinagoga de Antioquia. Na verdade, é o ponto inicial e  alto de sua primeira viagem missionária. Nela se encontra o tom de toda a sua vida e de toda a sua obra missionária: a substituição da vocação missionária dos judeus pela vocação-missão dos pagãos.

O auditório se compõe de judeus e de prosélitos (pagãos convertidos ao judaísmo). Como bom judeu, Paulo faz questão de fundamentar sua pregação na história sagrada de seu povo. Recorda como os judeus haviam sido escolhidos por Deus “para ser luz para as nações” e assim levasse “a salvação até os confins da terra” (Is 49,6). Fundamentado na própria Escritura, mostra que Jesus Cristo e seu Evangelho é o coroamento de tudo o que Deus havia feito, anunciado e prometido ao seu povo. Por isso, seguindo a ordem do próprio Senhor, era de sua obrigação “anunciar a palavra de Deus primeiro a eles, os judeus” (Cf At 13,46).

Diante de discurso tão contundente muitos foram os judeus e pessoas piedosas que se converteram e passaram a segui-los. Lucas assegura que “no sábado seguinte, quase toda a cidade se reuniu para ouvir a Palavra de Deus” (At 13,44). Paulo e Barnabé, então, encerraram seu discurso exortando-os a que “continuassem fiéis à graça de Deus”, isto é, ao Evangelho por eles pregado.

 Foi a gota d’água para que o grupo da oficialidade dos judeus ficasse cheios de inveja e com blasfêmias se opusessem ao que Paulo dizia.  Era o princípio da separação dos dois grupos e da substituição da eleição dos judeus pela vocação dos pagãos como povo predileto de Deus. Por isso, enquanto os pagãos ficaram muito contentes quando ouviram isso, e glorificavam a palavra do Senhor” (At 13,48), os “judeus, porém instigavam as mulheres ricas e religiosas como os homens influentes da cidade provocando uma perseguição contra Paulo e Barnabé, expulsando-os de seu território” (At 13,50).

Assim, por causa da obstinação  em suas tradições, leis e costumes, os judeus perderam, agora, em favor dos pagãos, isto é dos cristãos – o novo Povo de Deus, a Igreja –  a honra, a glória de serem a luz para todos os povos. Começava, assim a se concretizar e a se expandir a universalidade da Boa Nova, principalmente através da pregação de Paulo e de seus companheiros. Uma universalidade que nasce somente da fé, isto é, da aceitação de Jesus e de sua palavra e não da lei; uma universalidade que faz cair todas os privilégios, todas as barreiras nacionais ou raciais. Uma universalidade que nasce do mandato e do sacrifício do próprio Senhor: “Ide, pois, fazei discípulos dentre todos os povos…”, (Mt 28,19) “tomai e bebei isto é cálice do meu sangue que será derramado por todos” (Mt 26,18).

O fogo da universalidade do Cristianismo que incendiava o coração de Pulo e Barnabé é o mesmo pelo qual a Igreja do Vaticano II, principalmente em nossos dias, mais deseja a precisa. Depois de alguns ou muitos séculos, mais voltada para si, a Igreja se vê e se sente como “uma Igreja em saída”, chamada a “sair da própria comodidade e ter a coragem de todas as periferias que precisam a luz do Evangelho” (EG 20). Mas, o que distingue a missionariedade da Igreja de hoje é justamente sua virada ou conversão para fora, para os outros e não a implantação de sua instituição como o fez durante séculos através do espírito da cristandade. Uma missionariedade universal amada e vivida tão exemplarmente por São Francisco, o primeiro a fundar uma Ordem de caráter essencialmente missionário, apostólico universal. Como não lembrar sua viagem missionária com frei Iluminado, em 1219, para junto do sultão al-Malik al Kamil, armado somente com o ardor do envio de Jesus Cristo! A universalidade da missão apostólica era a alma dele e de sua Ordem. Por isso, ao receber a notícia do martírio de seus primeiros frades enviados ao Marrocos, exclamou: “Agora posso dizer que na verdade tenho cinco frades menores” (Analecta Franciscana III,21).

Um cristão ou uma Comunidade cristã que vive o cristianismo apenas para si é como grão de trigo que permanece só; não morrendo, jamais produzirá fruto.

  1. Do Cordeiro imolado – o salvador de toda a humanidade – sentido único de toda a história

A abertura da segunda leitura de hoje, tirada do Apocalipse nos remete, também ela para o mistério da universalidade da salvação: “Eu vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar” (Ap 7,9). Ela faz parte da seção que trata dos “sete selos” abertos pelo Cordeiro imolado, o único digno e capacitado para tão ingente proeza. Abrir os selos significa revelar o sentido da história, da vida, a questão universal que perpassa todos os tempos e povos.

Em contraste ou oposição aos romanos que acreditavam na falácia da pretensa solidez eterna de Roma – “ a cidade eterna” – e de seu povo, o profeta João apresenta aos fiéis a única resposta possível:  o Cordeiro imolado, o único que, pela sua morte na cruz, foi capaz de revelar o desígnio, o sentido, salvífico de Deus.

A este desígnio tomam parte todos aqueles que em meio a grande tribulação “lavaram e alvejaram a suas roupas no sangue do Cordeiro” (At 7,14). A estes é lhes dada uma veste branca, a veste da inocência originária, do novo nascimento, da esperança, da fé e da caridade. Uma esperança que luta não para fins pessoais particulares ou grupais, mas para a realização do Reino de Deus, um reino universal, para todos os povos e todos os tempos. Por isso, esses crentes, embora ainda aqui na terra, estão sempre diante do trono de Deus, no seu templo, dia e noite, prestando-lhe culto.

O profeta faz questão de acentuar que estes fieis, “nunca mais terão fome nem sede. Nem os molestará o sol nem algum calor ardente” (At 7,16). E vem então a razão de toda esta salvação: “Porque o Cordeiro, que está no meio do trono, será o seu pastor e os conduzirá às fontes  da água viva” (At 7,17). Assim, em oposição a uma salvação meramente histórica, oferecida pela pretensa e falsa solidez do grande império romano, que se autodeterminava como divino, capaz de satisfazer todas as aspirações humanas, nosso profeta apresenta a verdadeira salvação, uma salvação que transcende a história meramente humana, porque vinda de fora, de Deus, o único  capaz “de enxugar as lágrimas dos olhos de seus eleitos” (Ap 7,17).

  1. Jesus o Bom pastor

O Evangelho do Domingo do Bom Pastor proclamado neste ano (Ano C) é muito breve. Apenas quatro pequenos versos do capítulo 10 do evangelho de João.

3.1. O pastor e seu significado

 A insistência de Jesus em denominar-se pastor nos leva à pergunta acerca do significado humano do pastoreio: o que significa ser pastor para nós humanos e cristãos?

No pastoreio, a relação homem-animal é outra do que na caça. O animal da caça é selvagem, inimigo. O animal do pastoreio é doméstico, familiar, amigo. Por isso, em vez de agredir o homem ou fugir dele, ele o protege e segue. Ele se deixa alimentar pelo homem, tratar por ele, empregar por ele. Sim, ele se deixa até mesmo matar pelo homem. Ele pertence ao pastor e vive toda a sua vida na esfera do seu domínio, do seu senhorio. Vive na sua proximidade. Na verdade, pastor e rebanho constituem uma unidade de vida. Aqui, o senhorio do pastor em relação ao rebanho se dá ao modo de um cuidado doméstico. Enquanto o caçador caça, depreda, mata e come a presa o pastor é um cuidador, um buscador, um guardião de seu rebanho. Ele pode até mesmo dar a própria vida para proteger as suas ovelhas. O homem é chamado a ser o pastor da realidade, ou melhor, o cuidador da vida na terra.

No livro do Gênesis (4,1-16), vemos o contraste de Abel e Caim. Abel é pastor, nômade. Caim é agricultor, sedentário. O texto bíblico não explica a causa da preferência do Senhor pelo sacrifício de Abel e não pelo de Caim. A preferência pelo pastor não estaria em seu caráter de cuidador da vida e nômade, desprendido da posse da terra? O oposto não seria ser explorador da vida e possuidor da terra? Não seriam duas atitudes opostas do homem para com a terra? Ser cuidador da Casa comum e não seu depredador e explorador é a primeira missão confiada por Deus ao homem no Gênesis, como nos diz e convoca com muita clareza e insistência o Papa Francisco em sua Encíclica Laudato Si.

No Antigo Testamento, o cuidado do pastor passou a ser modelo universal do senhorio e da governança. O Pastor de Israel é, em sentido primordial e próprio, Yahweh, o Senhor Deus, como nos lembram os salmos (Sl 24, 1; 79, 1). Somente em sentido secundário e derivado, o pastoreio é atribuído aos homens, isto é, a todos aqueles cuja missão era governar, orientar ou conduzir o Povo de Deus.  Foi com muita resistência que Samuel concordou que a governança dos juízes, líderes proféticos, tidos como “vigários” do único Pastor – Deus – fosse substituída pela figura do rei (2 Sm 7, 7s). É que havia o perigo de o rei, a exemplo dos imperadores romanos, se divinizar a si mesmo e que a realeza de Deus fosse esquecida pelo povo. A crítica profética aos detentores da monarquia davídica sempre insistiu neste ponto. Por isso, mais tarde, diante de pastores que se apascentam a si mesmos, pastores maus que exploram o rebanho, abusando da autoridade e do poder por meio da força, da violência, da opressão, Deus mesmo resolve vir como Pastor apascentar o seu rebanho (cfr. Ez 34, 16).

Cristo, enfim, concretiza esta promessa fazendo-se o pastor segundo o coração, a misericórdia de Deus; um pastor que age com a autoridade de quem dá a vida, e não segundo a lógica do poder de dominação e da força que tira a vida. É a advertência que Jesus, no evangelho de Lucas, bem no meio dos acontecimentos da paixão, faz aos seus discípulos: “Os reis das nações agem com elas como senhores, e os que dominam sobre elas fazem-se chamar de benfeitores (Evergetes). Quanto a vós, nada disso. Mas o maior dentre vós tome o lugar do menor, e o que comando, o lugar do que serve (…). Estou no meio de vós no lugar daquele que serve” (Lc 22, 25-27). Hoje, no evangelho, a autoridade de Cristo como aquele que cuida da vida e que dá a vida para que todos tenham vida é expressada na parábola do Bom Pastor. O capítulo 10 do evangelho de São João leva ao ápice este mistério, pois, a revelação de Cristo como o Pastor misericordioso, que, no seu cuidar de tudo e de todos como servo, mostra o jeito de ser e de amar de Deus Pai. Afinal, Ele e o Pai são um.

3.2. As ovelhas escutam a voz do pastor

            O evangelho de hoje, começa com o testemunho de Jesus: “As minhas ovelhas escutam a minha voz e eu as conheço, e elas me seguem” (Jo 10, 27). Na dinâmica ou processo do amor e, consequentemente, do seguimento de Cristo, há uma inter-relação muito estreita, íntima e profunda entre escutar, obedecer, seguir e pertencer.

É pela escuta que acontece o pertencimento. E, vice-versa: é pelo pertencimento que acontece a escuta. Mas, que pertença é esta de Jesus a Mateus, Pedro, João, Lázaro, etc. e vice-versa se não havia entre eles nenhum laço de familiaridade, uma vez que, até então, eram completamente estranhos? Quem compreendeu muito bem a origem desta comunhão e pertença foi São Francisco que chamava e tratava todos os homens e todas as criaturas de irmãos e irmãs, porque todos e todas filhos e filhas do mesmo Pai do Céu. Pregava até mesmo aos animais selvagens, como, por exemplo, ao lobo, e estes o entendiam, o seguiam e lhe obedeciam.

Mas, porque então outras pessoas como os fariseus, mestres da lei, sacerdotes, etc.  se mostravam estranhas a Jesus, não o escutavam e muito menos O seguiam? Porque viviam presas às suas leis, doutrinas e tradições. Tão presas que não conseguiam ver, admirar e acolher o Senhor da doutrina, da lei e das tradições.

Assim, o nexo entre escutar e pertencer é algo como uma circularidade: do escutar ao pertencer e do pertencer ao escutar. A ovelha escuta a voz do pastor por se sentir pertencente a ele. Ela não dá ouvidos à voz do estranho justamente por não pertencer a ele.

            “Eu conheço minhas ovelhas” diz Jesus. O conhecimento entre o Pastor e as ovelhas quer dizer, na verdade, conascimento, ou melhor, união, na intimidade do amor, do mútuo pertencimento. Jesus é o Pastor que conhece a sua ovelha, chamando-a pelo nome.

            Na verdade, todos os homens, em seu “íntimo mais íntimo” (Sto. Agostinho) tem um “quê”, um senso, um ânimo, um sopro vital que é Deus, que é Jesus Cristo. Se não conseguem ouvi-Lo é porque estão presos ou perdidos em si mesmos ou nas criaturas.

Nos relatos da ressurreição, vemos como Maria Madalena reconhece o Senhor quando ele a chama pelo nome, em aramaico: “Mariâm! ”. Ela responde e corresponde, dizendo: “Rabuni!”. Mestre Eckhart disse que Maria buscava o Mestre com grande amor. Ele era para ela o Único, o Amado. Por isso, ao encontrar dois anjos, ela nem os nota. Primeiro, por serem dois e ela buscava o Um, isto é, o Único. Em segundo lugar, por serem anjos, isto é, mensageiros e ela buscava o Senhor, o Esposo, o Rei, aquele que envia os seus mensageiros para levarem seus anúncios.

O relacionamento de Maria com Jesus é um relacionamento de intimidade pessoal. Ela pertencia a Ele e Ele pertencia a ela, no amor. A mesma experiência se dá entre Jesus com Pedro, com o “discípulo amado”, etc. É justamente isto ser rebanho, no sentido evangélico. Não tem nada a ver com despersonalização na massa. Com efeito, o chamamento ao seu seguimento individua cada um dos chamados. Ele chama, conhece e ama a cada um pelo nome. Assim como Deus chama a cada uma das estrelas pelo nome, para brilhar no céu, assim também chama a cada um dos membros do seu povo, do seu rebanho.

  • As ovelhas seguem o Pastor

 Além de escutar a voz do seu pastor as ovelhas o seguem. São João Crisóstomo observa que, não raro, nas cenas de pastoreio, as ovelhas vão à frente, e o pastor vai atrás, tangendo-as. Mas, agora, em nosso caso, as coisas se invertem. O Bom Pastor, Cristo, vai à frente. E as ovelhas, os discípulos, vão atrás. Ser discípulo é, neste caso, seguir, ir atrás do Mestre. É ir com Ele, deixar-se guiar por ele. Santo Agostinho recorda que o ir da alma é diverso do ir do corpo. O corpo se movimenta com os pés, isto é com a lógica da razão. Já a alma, se movimenta com o vigor dos afetos. Na alegria, a alma se expande; na tristeza, se retrai; no desejo, põe-se a caminho; no temor, põe-se em fuga. É pelo desejo que o discípulo segue a Cristo. Ele quer o que o Mestre quer; quer como o Mestre quer. Por isso, o bem-aventurado frei Egídio dizia que ele preferia um secular cheio de desejo de entrar na Ordem do que um frade que não tivesse mais desejo.

No trecho do Apocalipse, lido hoje, João, além de falar de uma multidão imensa de gente que estava de pé, diante do Cordeiro, acentua que “esses vieram da grande tribulação” e que “alvejaram suas roupas no sangue do Cordeiro”. O cordeiro do Apocalipse aparece com o vigor de um Leão (o Leão de Judá!). Ele combate contra as forças destrutivas, aniquiladoras, do pecado e da morte e as vence. E à sua vitória ele associa os que com ele e como ele combatem.

A visão do Apocalipse é clara: a associação à glória e à vitória de Cristo já acontece aqui e agora, à medida que o cristão se torna um seguidor de Cristo, através da “grande tribulação” do mundo, da história. Por isso, no evangelho de hoje Cristo garante que ninguém vai arrancar de sua mão as ovelhas, os seus discípulos, de todos os tempos.

  • O bom pastor dá a vida eterna às suas ovelhas.

Como fruto do chamado e do seguimento o Pastor promete: “e eu lhes dou a vida eterna”. O que é a vida eterna? Quando, na revelação bíblica, se fala de “vida eterna” e “morte eterna”, vida e morte não são tomados em sentido natural, carnal (físico-psíquico), como se dá usualmente em nossa linguagem cotidiana, mas sim em sentido sobrenatural, espiritual, pneumático (a partir do Pneuma, o Sopro Sagrado, o Espírito Santo, de Deus).

O fundamento da vida eterna é o próprio Cristo ressuscitado. Vida eterna, neste sentido, não pode ser confundida com “imortalidade da alma”. O cristão não vive da crença na imortalidade da alma – tema da filosofia. Ele vive da fé na ressurreição da carne e na vida eterna – tema da profissão de fé, fundada sobre o Kerygma do Cristo-Crucificado-Ressuscitado; vive, enfim, do júbilo da experiência de ter sido chamado e amado por Alguém que por ele deu toda a sua vida até a morte e morte de Cruz. Quem – a ovelha – vive desta experiência torna-se um com Jesus – o Pastor – como Ele é um com o Pai. Um com Jesus, um com o Pai e um com todos os que comungam desta mesma experiência de ser amado. E isto é tudo: Vida eterna.

Conclusão

Desde o Vaticano segundo, mais acentuadamente agora com o Papa Francisco, sentimos que não serve mais sermos apenas fiéis observadores da doutrina, dos costumes e das leis e da ascese cristã. Mais que “católico praticante”, ser cristão significa seguir uma pessoa, Jesus Cristo; significa dispor-se a ir atrás de seus passos, de seus sentimentos, palavras, gestos e atitudes. É amar e sofrer o que e como Ele, o Bom Pastor, sofreu e amou, como muito bem se expressa São Francisco: Atendamos, Irmãos o Bom Pastor que, para salvar as ovelhas suportou a Paixão da Cruz. As ovelhas do Senhor seguiram-no na tribulação e na perseguição, na vergonha e na fome, na enfermidade e na tentação e em tudo o mais; e disso receberam do Senhor a vida sempiterna. Por isso, é grande vergonha para nós, servos de Deus, que os santos tenham feito obras e nós queiramos receber glória e honra apenas por citá-las (Adm VI).

Quando as ovelhas escutam a voz, seguem os passos do seu Pastor o júbilo toma conta de seu coração e sua alma explode de gratidão: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque revelaste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos, simples e humildes” (Cf. Evangelho da Festa de São Francisco)

Fraternalmente,

Marcos Aurélio Fernandes e Frei Dorvalino Fassini