SÃO BOAVENTURA, Doutor Seráfico.

São Boaventura Teólogo e Doutor da Igreja - 15 de julho

Em 1221, em Bagnoregio, cidade da Toscana que pertencia então aos Estados Pontifícios nasce João Fidanza. Aos quatro anos de idade, caindo gravemente enfermo, sua mãe, Rebela, levou a São Francisco de Assis, implorando sua intercessão. O Poverello tomou o menino nos braços e o abençoou. Tendo-o curado milagrosamente, devolveu-o à mãe, dizendo: “Ó buona ventura”. Assim passou a ser chamado, não obstante ter sido João seu nome de batismo. A mãe, em reconhecimento, consagrou-o a Deus pelo voto de fazê-lo ingressar na Ordem Franciscana.

Aos 21 anos ingressou na Ordem Franciscana. Dois anos depois foi enviado à Universidade de Paris, para completar seus estudos sob a orientação do grande mestre Alexandre de Hales.

Boaventura seguiu os cursos deste eminente professor e, admirando, absorvendo com entusiasmo a sua doutrina, foi por ele também notado e admirado. Ao moço distinguiam já a agudeza da inteligência, a modéstia do porte, a serenidade da alma, assim como a pureza da vida e o fervor da devoção que não eram dotes usuais dos estudantes daquela ou de qualquer outro tempo.

São Boaventura viu que a Ordem dos Franciscanos era como que uma miniatura da Igreja, porque as duas se originaram a partir de homens humildes e simples. Somente mais tarde é que os nobres e intelectuais se juntaram a elas. Por isso, São Boaventura defendeu fortemente os franciscanos e as chamadas “Ordens Mendicantes” (muito combatidas pelas ordens seculares). As mendicantes, dizia, representavam as origens da Igreja e isso tinha que ser preservado, mesmo que estas ordens já estivessem presentes nas grandes cidades e universidades da Europa. A origem tinha que ser preservada.

Em 1257, com apenas 36 anos de idade, foi eleito Mestre Geral da Ordem de São Francisco, que contava mais de 20 mil membros, em cerca de mil conventos por toda Europa. Ocupou este cargo importante durante 17 anos.

Em 1272 é nomeado Cardeal e bispo de Albano por Gregório X.

                          

Quando São Boaventura recebeu o chapéu cardinalício estava lavando louça e num gesto de humildade pediu que o deixasse sobre a mesa.

No dia 15 de julho de 1274, acometido por súbita moléstia a que seu organismo, esgotado pelo afanoso trabalho a que se entregara, não pode resistir, vindo a falecer com 53 anos de idade e 30 de profissão franciscana. Morreu durante o Concílio de Lião em 1274. No qual a ata oficial do Concílio assim se expressou: Nesta manhã morreu o irmão Boaventura de famosa memória, homem de notável santidade, bondade, homem piedoso, afável, misericordioso, e repleto de virtudes e amor ao Deus e ao homem… Deus deu a ele a graça de que todas as pessoas que com ele convivesse, o respeitava e o amava”.

São Francisco foi a grande fonte de inspiração, tanto para o pensamento como para a vida de Boaventura, cuja obra é uma tentativa de reflexão teológico mística sobre as intuições geniais que fizeram do Poverello, homem simples e pouco afeito às letras, a mais eminente personalidade da Idade Média.

Foi canonizado em 1482 e declarado Doutor da Igreja, em 1588, com o título de Doutor Seráfico.


São Boaventura soube aspirar com sua vida o carisma franciscano e testemunhar através de seus escritos a grandiosidade de uma vida doada a Deus. Em São Francisco de Assis, Boaventura encontra o exemplo de simplicidade e humildade. É neste espírito que são escritos todas as suas obras. O exemplo deste fato é a conversa de São Boaventura com o frei de nome Egídio: “Frei Egídio propôs o seguinte problema a São Boaventura: quando se pensa nas luzes que os doutores de tua categoria recebe do céu, como pretender que os ignorantes como eu venham a conseguir a salvação? O essencial para a salvação respondeu o Doutor Seráfico – é amar a Deus. Apesar disso – insistiu Frei Egídio – poderá o inculto amar a Deus tanto como um sábio? E São Boaventura confirmou: não só O pode amar tanto, mas ultrapassar nesse amor até mesmo os maiores teólogos.”

São Boaventura traz uma solução ao problema do saber na Ordem Franciscana. O estudo é justificado se conduz ao espírito da devoção e santa oração como ensinara São Francisco de Assis.

É com alegria que a familia Franciscana festeja o dia de São Boaventura. Para que a seu exemplo possamos ter o espírito da santa humildade e simplicidade pelo qual percorreu nosso pai São Francisco. E que nossa única meta seja o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. Que nossa vida seja a exemplo de Jesus Cristo voltada para Deus.

São Boaventura, rogai por nós!